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Pesquisa que utiliza óleo de cannabis é desenvolvida na UFSM

Luta contra uma das doenças dermatológicas mais recorrentes em hospitais veterinários ganha aliada importante.

Por: Bruno Vargas


Grupo de pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) avalia o uso da cannabis medicinal no tratamento de dermatite atópica canina, doença que atinge cerca de 20% dos cães. O projeto começou no dia 24 de junho deste ano e atualmente, conta com 14 pacientes, divididos em dois grupos.


Mesmo sem poder divulgar os resultados da pesquisa, ação prevista para o dia 24 de fevereiro de 2023, os testes já mostraram que o óleo de cannabis é uma alternativa no tratamento de coceira excessiva, vermelhidão, descamamento e coceira na pele - sintomas decorrentes da doença. Para Paola Gomes, advogada e dona do Stive, um Shih Tzu, de 11 anos, os resultados do tratamento são “notadamente positivos e sem efeitos colaterais”.


Segundo o doutor em medicina veterinária pela UFSM e orientador do projeto, Saulo Tadeu Lemos, visualmente o projeto apresenta resultados diversos: “alguns animais melhoraram, clinicamente, outros não melhoraram nada e outros melhoraram alguma coisa”. O professor ainda comenta que o projeto visa encontrar um tratamento alternativo viável para a dermatite atópica, uma doença que não tem cura, apenas tratamento que melhoram a qualidade de vida do paciente.


À frente do projeto, a mestranda na área de clínica médica de pequenos animais pela UFSM, Carollina Mariga, relata como ocorre o tratamento “Ele dura 60 dias, tendo duas administrações do remédio por dia, pela via oral, feitas pelos tutores dos pacientes”. Durante as pesquisas, dois frascos do óleo cannabico e análises, quanto a eficácia do medicamento para o controle da dermatite atópica canina são distribuídos aos donos.


Stive, que desde os seis meses de vida sofre com coceiras, irritação e lesões na pele, nunca apresentou um quadro tão estável como agora. “Depois do tratamento, a pele está melhor, ele parou de se coçar, o pelo começou a crescer normalmente. Melhorou muito”, complementa Paola.

O óleo medicinal distribuído aos pacientes foi doado por uma associação de cannabis brasileira não identificada e é considerado um óleo CBD full spectrum. Além disso, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) financiam a pesquisa.


Embora não seja o primeiro projeto da UFSM a estudar as funções do sistema endocanabinóide, a pesquisa é pioneira na utilização do óleo cannabico dentro da universidade. Fato que apresenta grande importância para o doutor em medicina veterinária pela UFSM e orientador do projeto, Saulo Tadeu Lemos: “é muito bom ser precursor em algo que vai ajudar a sociedade, que não é só bom para o cachorro, o gato, mas também para os humanos”.


Para Carollina: “a universidade é um local destinado a pesquisa, sendo dever do pesquisador desenvolver projetos com importância científica que deem retorno à sociedade”. A médica veterinária, também, comemora o crescimento no número de pesquisas sobre cannabis nas instituições de ensino e ressalta que já tem novos trabalhos que envolvem a planta em processos iniciais.

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